Pessoas sofrem e se desesperam: doenças, enfermidades, desemprego, falência, endividamento, divórcios, violência, drogas, prostituição, pedofilia, corrupção etc.
Esse cenário serve de abrigo a políticos corruptos, com excelente marketing, com passos e ações pensadas e programadas, com palavras contadas, e que aparecem como salvadores da pátria, mostrando-se preocupados com a população. Na prática, porém, o que se vê são homens preocupados consigo mesmos. Este é cenário comum do mundo que existe desde Gênesis 6 quando a corrupção humana ficou tão intensa que não restou opção a Deus do que destruir a terra.
E, dentro deste cenário surge outro tão ou mais perverso que o descrito anteriormente. Porque, sempre, em meio ao caos e desespero as pessoas se voltam para a fé, à busca de salvação e de saída para tanta confusão. As pessoas querem uma direção, um norte, um porto seguro, um lugar de paz e se deparam com outro cenário, não o dos políticos, mas de pessoas que se denominam de homens de Deus e que lhes apresentam a solução. O marketing desses pregadores dá ao povo a impressão de que os tais bispos e apóstolos são os eleitos divinos, porque os apresentam diante de uma multidão desesperada. Usando do poderoso marketing chamam as pessoas ao palco para contar como o seu sofrimento e o seu desespero desapareceu e ao ouvir ou freqüentar as reuniões desses líderes.
Preparados para lidar com as pessoas, tais homens se apresentam pessoas simples, singelas, acessíveis, amáveis, falam muito, gesticulam, animam a platéia levando-a a um transe coletivo, com choros, risos, cânticos, palavras de ordem, mais testemunhos, imagens e fotos do antes e do depois.
Então, depois de criado o cenário televisivo aparece o líder da igreja, com nome de apóstolo, bispo, missionário seja lá o que for. No Brasil quatro se destacam, mais do que todos os outros: tem o que usa um chapéu e umas toalhinhas que distribui aos necessitados; outro se veste com um manto ao avesso, parecendo um pano de saco – mais parecendo o personagem Flintstone saído de uma revista de quadrinhos. O maior dos falsários, pai e iniciador de todos é o mais sofisticado, construiu um templo magnífico com pedras trazidas de Israel imitando o primeiro templo bíblico. Já o quarto é mais sutil, disfarçado e não entra em polemicas. Cada um tem a sua estratégia. No fundo, todos agem do mesmo jeito, pois são frutos da mesma árvore.
Diante de um marketing extremamente bem-criado, à semelhança dos políticos corruptos, multidões os seguem, desesperadas à busca da tão sonhada cura, libertação e enriquecimento. Sim, porque prometem ao povo que ficarão ricos se, mesmo diante das catástrofes em que vivem trouxerem seu dizimo, trízimo, carro e casa. Num vídeo disponível no Youtube um bispo insulta as pessoas a voltarem a pé pra suas casas e deixarem os carros como oferta pra igreja, e, deixando seus bens, logo terão um lamborghini todo seu.
Em outro vídeo uma mulher que se autodenomina bispa, esposa do tal apóstolo que se veste igual ao Flintstone, cobra R$ 100,00 para as pessoas passarem a mão em seu pé e serem curadas, e coloca sal grosso nas carteiras das pessoas para tirar o mal olhado e trazer prosperidade. É a macumba evangélica. Por último, e não menos asqueroso, a camisa ensanguentada do apóstolo do chapéu foi repassada entre os fieis. Quem a tocasse receberia seu milagre. As redes sociais estão cheias de provas do comportamento anti-bíblico e antiético desses mercenários da fé e isso se espalha pela América, Europa e África.
Quando isso é apresentado ouvem-se comentários, como, “que pessoas tolas”, “como são cegas”, e por aí afora, mas, não levam em conta que as pessoas estão desesperadas, que têm tantos problemas, sofrem de tantos males, que estão endividadas com os credores batendo à porta, sem possibilidade de solução! Então ao ligar a televisão, ou o rádio, o mesmo a internet, aparece diante delas o cenário da esperança.
Por que as pessoas seguem esses pseudos pregadores do evangelho? Será que sofreram uma lavagem cerebral? Foram hipnotizadas? Seria isso fruto de uma histeria coletiva? Mas, a resposta é: Cegueira e desespero. As pessoas encontram nesses homens aquilo que querem ouvir e que lhes são apresentadas como solução de problemas. É um evangelho que não lhes traz mudança de vida, abandono do pecado, renúncia do eu, morte do velho homem, Cristo crucificado.
Paulo, o maior apóstolo que existiu e que se tornou apóstolo por ter visto a Cristo depois de ressuscitado, e que não foi desobediente à visão celestial (Atos 26) denunciou as técnicas usadas por esses falsos mestres (I Coríntios 2:1-5). Enquanto os verdadeiros servos de Deus se mostram em fraqueza, temor e tremor, proclamando os mistérios de Deus, demonstrando o poder do Espírito Santo, dando total glória e honra a Deus, para que a fé seja apoiada no poder de Deus, as armas e artimanhas desses mercenários são:
- Discurso eloquente.
- Sabedoria humana.
- Palavras persuasivas.
- Demonstração de força e poder.
- Demonstração de riquezas.
- Fé e poder apoiados em si mesmos.
Pedro, apóstolo verdadeiro, biblicamente correto, viu Jesus e foi testemunha de sua morte e ressurreição e da sua subida aos céus, declarou: “E também houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade; e, por avareza, farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2 Pedro 2.1-3).
O Rev. Hernandes Dias Lopes afirmou recentemente sobre mandingas e misticismo dentro das igrejas: “É lamentável ver todos os dias na televisão alguns programas chamados de evangélicos, desviando o povo da verdade e mantendo-o prisioneiro de rituais místicos, verdadeiras mandingas, quase nada diferentes do ocultismo pagão. Estamos cansados desse negócio de água ungida, lenço suado e quejandos sendo usados como expedientes para manter as pessoas presas a crendices. É hora de dar um basta nessas práticas pagãs e voltar para o evangelho. É hora de pregar a verdade para o povo e mostrar a ele o caminho da salvação em Cristo Jesus!”.
Alguns evangélicos acham que textos como esse é um desserviço à Igreja em geral, que é expor problemas internos diante da opinião pública e que isso faz com que haja ainda mais desconfianças em relação aos evangélicos. Seria um desserviço se esses mercenários fossem evangélicos, mas na realidade não são. Na realidade são seitas disfarçadas e nomeadas como denominações evangélicas, e seus líderes usam títulos eclesiásticos normalmente usados pelas verdadeiras denominações evangélicas. Na realidade é uma cortina de fumaça para esconder as práticas ilícitas e criminais usadas por eles, tais como: charlatanismo, curandeirismo, enriquecimento ilícito etc.
Como disse Sérgio de Souza dos sites bereanos.net: “Um desserviço ao Evangelho é: Calar-se e deixar os falsos mestres enganarem o povo, colaborando, pela omissão, para que todos pensem que Evangelho é enriquecimento ilícito de seus supostos líderes via manipulação e distorção do que está escrito na Bíblia.”
Alguns dizem que isso deve ser feito em foro próprio, concordo, talvez o criminal que, geralmente, fica nos centros das cidades, que as redes sociais não é local para correções desse tipo etc. Mas, espera aí, os falsos mestres não usam as redes sociais, principalmente as mídias como rádio e TV para espalharem suas falsas doutrinas? Ou seja, publicamente espalham a mentira, e como dizem, uma mentira contada várias vezes e insistentemente, tende a se tornar verdade.
Assim sendo, a verdade também precisa ser pública para que haja diferenciação clara entre o que é verdadeiro e o que é falso. O grande problema é que por omissão ou preguiça as pessoas não estudam a Palavra de Deus, outros preferem saber muito pouco, e mesmo assim querem emitir opiniões.
Jesus Cristo, nosso exemplo supremo, denunciou publicamente os vendilhões do templo, e os expulsou com um azorrague. Os apóstolos também, publicamente, denunciaram os falsos mestres, que, desde o primeiro século vieram espiar nossa liberdade em Cristo e tentaram fazer do Evangelho fonte de comércio e lucro.
O Evangelho não precisa de defesa. Ponto! Mas as ovelhas do rebanho de Jesus Cristo, confiadas aos verdadeiros pastores, precisam ser protegidas dos lobos e mercenários. E as ovelhas estão espalhadas em vários apriscos, porém o rebanho é o mesmo e pertence ao único Pastor.
As pessoas necessitadas precisam saber que o verdadeiro Evangelho é a proclamação da obra de Jesus Cristo lá na cruz e que o maior milagre que existe é a salvação de uma condenação eterna, a salvação do inferno e da morte eterna, afinal todos pecaram e separados estão da Glória de Deus (Romanos 3.23). As pessoas precisam saber que Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu único filho (João 3.16) como resgate para salvar o homem que estava completamente condenado e perdido. E que por causa do Seu imenso amor, além da salvação, Ele também proporcionou cura das doenças e das enfermidades (Isaías 53.4-5) e que nos fez prósperos suprindo todas as nossas necessidades pelo Seu poder e por Sua Glória (Filipenses 4.19).
Então façamos nossa parte na proclamação da verdade dando os avisos de Jesus Cristo aos 3 tipos de pessoas:
- Aos salvos
- Aos servos de Deus
- E aos não salvos
Isso, sim, é proclamar o Evangelho, conforme Mateus 24 e 25, conforme já escrevi no artigo “Os Avisos de Deus” postado nesse mesmo site.