Gostaria de ponderar sobre o que é ser um homem de Deus, o que é “ser pastor” analisando a história para vermos o que os nossos mestres passaram por serem obedientes à Sua ordem, à Sua Palavra e à Sua chamada, homens determinados, os quais, conforme o autor de Hebreus, eram homens de Fé”: Hebreus 11:13-16,33-39
- Todos morreram cheios de fé.
- Não receberam as coisas que Deus tinha prometido, mas as viram de longe e ficaram contentes por causa delas.
- Declararam que eram estrangeiros e refugiados, de passagem por este mundo.
- Não ficaram pensando em voltar para a terra de onde tinham saído.
- Estavam procurando uma pátria melhor, a pátria celestial.
- Deus não se envergonha de ser chamado de o Deus deles
- Pela fé eles lutaram contra nações inteiras e venceram.
- Fizeram o que era correto e receberam o que Deus lhes havia prometido.
- Fecharam a boca de leões, apagaram incêndios terríveis e escaparam de serem mortos à espada.
- Eram fracos, mas se tornaram fortes.
- Foram poderosos na guerra e venceram exércitos estrangeiros.
- Pela fé mulheres receberam de volta os seus mortos, que ressuscitaram.
- Outros foram torturados até a morte; eles recusaram ser postos em liberdade a fim de ressuscitar para uma vida melhor.
- Alguns foram insultados e surrados; e outros, acorrentados e jogados na cadeia.
- Outros foram mortos a pedradas; outros, serrados pelo meio; e outros, mortos à espada.
- Andaram de um lado para outro vestidos de peles de ovelhas e de cabras; eram pobres, perseguidos e maltratados.
- Andaram como refugiados pelos desertos e montes, vivendo em cavernas e em buracos na terra.
- O mundo não era digno deles!
- Porque creram, todas essas pessoas foram aprovadas por Deus, mas não receberam o que ele havia prometido.
Aqueles homens creram e foram aprovados por Deus. Creram que Deus é galardoador dos que o buscam, nunca deixaram de acreditar. (Hebreus 11:1,6). Isso nos dá um animo muito grande para não desfalecermos em nossa jornada ministerial e de fé: Hebreus 12:1-3 – Portanto, nós também, pois, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço e o pecado que tão de perto nos rodeia e corramos, com paciência, a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.
Imaginemos uma maratona em que os corredores são animados pelos torcedores que se estendem ao longo das vias, gritando, incentivando, assim somos nós. Temos uma quantidade gigantesca de torcedores que vieram antes de nós e que correram essa maratona e chegaram ao final, foram premiados, não desistiram, e nos apontaram a direção a ser seguida, também nos incentivaram a cumprir a nossa chamada, a correr a nossa maratona até o final para recebermos o prêmio prometido. Aqueles homens combateram até o sangue contra o pecado, não tiveram a sua vida por preciosa, antes declararam como Paulo (Filipenses 1:21): Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. Da mesma forma outros muitos homens que viveram muito tempo depois e deram a sua vida por amor a Cristo, tais como: Hugh MacKail morto enforcado por causa de sua fé; John Huss – queimado vivo na fogueira por não negar a Cristo; ou mais recentemente como Richard Wurmbrand e Watchman Nee que foram torturados por amor a Cristo pelo regime comunista/socialista/progressista, e por nossos irmãos que são torturados até a morte por fanáticos islâmicos para que neguem a Cristo. Temos sim uma grande nuvem de testemunhas nos incentivando a seguir em frente e a não desistir, sermos constantemente constantes.
Então vamos analisar a vida de Jó, José, Jeremias, Isaias, Ezequiel e Paulo, porque faltar-nos-ia tempo para analisar toda a história da Igreja e do povo de Deus, tendo o cuidado de comparar se qualquer um com chamada ministerial em dias atuais e que vivem no ocidente, passa por alguma situação semelhante à que aqueles homens passaram, e tenho a certeza que ao analisarmos chegaremos a conclusão do autor de Hebreus.
JÓ
Homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal. Era dono de sete mil ovelhas, três mil camelos, mil bois e quinhentas jumentas. Tinha também um grande número de escravos. Enfim, Jó era o homem mais rico de todo o Oriente.
Certo dia um diálogo entre Deus e o diabo aconteceu e Deus fez a seguinte declaração sobre Jó: – Você notou o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado. Claro que o diabo fez a sua retorica: – Será que não é por interesse próprio que Jó te teme? Tu não deixas que nenhum mal aconteça a ele, à sua família e a tudo o que ele tem. Abençoas tudo o que Jó faz, e no país inteiro ele é o homem que tem mais cabeças de gado. Mas, se tirares tudo o que é dele, verás que ele te amaldiçoará sem nenhum respeito. Ao final dessa conversa Deus permitiu que o diabo fizesse com o que era de Jó tudo o que quisesse, mas que que não fizesse nenhum mal a ele.
Num só dia Jó perdeu:
- Sete filhos
- Três filhas
- Sete mil ovelhas
- Três mil camelos
- Mil bois
- Quinhentas jumentas.
- Um grande número de escravos
Qual foi a reação de Jó a tudo isso? Apesar de tudo o que havia acontecido, Jó não pecou, nem pôs a culpa em Deus e ainda fez a seguinte declaração: – Nasci nu, sem nada, e sem nada vou morrer. O Senhor deu, o Senhor tirou; louvado seja o seu nome!
Não parou por ai. Noutro dia aconteceu novamente uma conversa entre Deus e o diabo. Mais uma vez Deus testifica sobre Jó: – Você viu o meu servo Jó? No mundo inteiro não há ninguém tão bom e tão honesto como ele. Ele me teme e procura não fazer nada que seja errado. No entanto, você me convenceu, e eu o deixei desgraçar Jó, embora não houvesse motivo para isso. Mesmo assim, ele continua firme e sincero como sempre. O diabo novamente fez a sua retorica: – É só tocar na pele dele para ver o que acontece. As pessoas não se importam de perder tudo desde que conservem a própria vida. Agora, se estenderes a mão e ferires o corpo dele, verás como ele, sem nenhum respeito, te amaldiçoará. O Senhor disse a Satanás: – Pois bem. Faça o que quiser com Jó, mas não o mate.
Satanás saiu da presença do Senhor e fez com que o corpo de Jó ficasse coberto de feridas horríveis, desde as solas dos pés até o alto da cabeça. Jó sentou-se num monte de cinza e pegou um caco para se coçar. A mulher de Jó ao ver essa cena disse: – Você ainda continua sendo bom? Amaldiçoe a Deus e morra! Jó respondeu: – Você está dizendo uma bobagem! Se recebemos de Deus as coisas boas, por que não vamos aceitar também as desgraças? Assim, apesar de tudo, Jó não pecou, nem disse uma só palavra contra Deus.
Depois disso Jó enfrentou o silêncio de Deus, enquanto o seu sofrimento durou. Não é fácil lidar com o silêncio de Deus. Sobretudo, quando somos fuzilados pela dor e erguemos ao céu nosso clamor e, como resposta, só escutamos o barulho do silêncio divino. Jó foi envolvido num terrível turbilhão de dor. Perdeu seus bens, seus filhos e sua saúde. Foi incompreendido por sua mulher e acusado por seus amigos. Nessa noite escura da alma gritou por Deus, mas só escutou o seu silêncio. Jó ergueu aos céus dezesseis vezes a mesma pergunta: Por que? Por que? Por que? A única resposta que recebeu foi o total silêncio de Deus. Jó expôs sua queixa trinta e quatro vezes. Ouviu como resposta apenas o silêncio. Quando Deus falou com ele, não respondeu sequer uma de suas perguntas. Ao contrário, fez-lhe setenta perguntas, revelando sua majestade e poder. Deus restaurou a sorte de Jó e deu-lhe tudo em dobro e ainda uma vida longeva. Jó viu os filhos dos filhos até a quarta geração.
JOSÉ
Filho de Jacó e Raquel {Gn 30.22-24}. Foi vendido ao Egito pelos irmãos {Gn 37}, onde, após uma série de dificuldades, tornou-se ministro de Faraó {Gn 39-41}. Salvou os próprios irmãos e seu pai da fome, trazendo-os para Gósen, no Egito Gn 42-47. Morreu com 110 anos, e seus ossos foram levados a Siquém {Js 24.32}.
Filho preferido de Jacó, apesar de não ser o seu primogênito (mas o primeiro filho de Raquel, a mulher que mais amava), José nunca escondeu a sua liderança. O favoritismo, de que era alvo por parte do pai, valeu-lhe a malquerença dos irmãos, que o venderam, ainda jovem, com apenas 17 para 18 anos, por 20 moedas (sheqel) de prata, como escravo a mercadores ismaelitas, que o levaram ao Egito do período da XVII dinastia. Já no Egito, foi comprado por Potifar (oficial e capitão da guarda do rei do Egito), de quem conquistou a confiança e tornou-se o dirigente dos criados e administrador da casa. Na casa de Potifar, acabou estudando com um escriba e aprendeu a língua egípcia. Foi preso após acusação injusta tentativa de abuso da mulher do seu amo, depois de uma tentativa frustrada de sedução por parte desta. Na prisão, tornou-se conhecido como intérprete dos sonhos. Lá, ele decifrou o sonho do copeiro-chefe e padeiro-chefe do palácio do Faraó, que foram presos acusados de conspiração. Segundo a interpretação de José, o sonho do padeiro-chefe indicava que este seria enforcado, mas o do copeiro-chefe indicava que este seria salvo, o que de fato aconteceu.
Dois anos mais passaria José na prisão, até que o Faraó pediu para que interpretasse um sonho que tivera, aconselhado pelo copeiro-mor. Em parte do sonho, Faraó via subir do Nilo sete vacas gordas e em seguida outras sete vacas magras, que devoravam as sete vacas gordas. José interpretou o sonho do Faraó como sendo uma previsão de que viriam sobre o Egito sete anos de abundância, seguidos por mais sete de seca e fome. O Faraó, satisfeito com a interpretação dada ao seu sonho, dá a José um anel de seu dedo, o faz vestir vestes de linho fino, põe um colar de ouro no seu pescoço e o constitui sobre toda a terra do Egito. José tinha então a idade de trinta anos. O Faraó deu-lhe ainda Azenate por mulher.
José, então, ordena que se construam celeiros para guardar a produção do Egito durante os anos de fartura. Em verdade, também, nos anos em que passou na prisão, havia se inteirado da situação política do Egito e sabia também que nos anos de seca que viriam, como se mostrou nos sonhos do Faraó, apenas o Baixo Egito teria mantimentos que tinham sido armazenados. E assim aconteceu. Nos sete anos de seca que vieram depois, havia fome em todas as terras, menos nas terras do Faraó. Todo o Egito clamava a Faraó por alimento e este mandava que fossem a José e este abriu todos os celeiros e vendia os mantimentos aos egípcios.
José reencontra-se também com os seus irmãos, que vieram em busca de alimento e que, ao serem reconhecidos pelo irmão poderoso, tiveram medo de serem castigados pelo que tinham feito a ele, porém José os perdoou, chorando junto com eles. José enviou seus irmãos de volta a seu pai, com um recado: para que todos descessem ao Egito, sem demora, para habitar a Terra de Gósen e assim ficar perto dele. Pediu que viessem os filhos, netos, rebanhos e tudo quanto tivessem. José os sustentaria, pois ainda restavam cinco anos de fome. Quando Jacó (Israel) chegou ao Egito, José subiu ao seu encontro, abraçando-o e chorando demoradamente.
É assim que o povo israelita se instala no Egito, antes de ser escravizado e, mais tarde, libertado sob a liderança de Moisés.
Tudo o que aconteceu com Jose foi decidido na soberania de Deus. O homem que aos 17 anos, ainda na adolescência traído por seus irmãos, afastado subitamente do seu pai, perdeu seu modo de viver e sua identidade, foi vendido como escravo, sendo depois injustamente jogado numa prisão por causa de uma mulher sem pudor, 13 anos depois foi levado diante do Faraó e vê cumprido os sonhos que ele teve anos antes.
Segundo o salmista aconteceu da seguinte forma: Salmos 105:16-22
– Ele mandou vir fome sobre a terra e destruiu todo o seu sustento; mas enviou um homem adiante deles, José, que foi vendido como escravo. Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros prenderam-lhe o pescoço, até cumprir-se a sua predição, e a palavra do Senhor confirmar o que dissera. O rei mandou soltá-lo, o governante dos povos o libertou. Ele o constituiu senhor de seu palácio e administrador de todos os seus bens, para instruir os seus oficiais como desejasse e ensinar a sabedoria às autoridades do rei.
Estevão (Atos 7:9-10), em seu pronunciamento, lembrou a José: E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito; mas Deus era com ele. E livrou-o de todas as suas tribulações e lhe deu graça e sabedoria ante Faraó, rei do Egito, que o constituiu governador sobre o Egito e toda a sua casa.
Jose nunca perdeu a sua fé, pois Deus era com ele, mesmo diante de tantas situações difíceis, humilhantes, degradantes, se pensarmos na vida de José como filho de Jacó e tudo o que o cercava, bens, posição e uma boa vida. José foi lembrado pelo autor de Hebreus como exemplo de fé: Pela fé, Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou encostado à ponta do seu bordão. Pela fé, José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel e deu ordem acerca de seus ossos. (Hebreus 11:21-22)
JEREMIAS
[Javé É Elevado] Profeta nascido em família de sacerdotes, da cidade de Anatote. Foi chamado ao ministério profético através de uma visão {Jr 1.4-10}. Profetizou durante 40 anos, nos reinados dos cinco últimos reis de Judá (627 a 587 a.C.). As autoridades não recebiam bem as suas mensagens. Jeremias foi rejeitado, perseguido e preso. Alguns episódios de sua vida estão narrados no seu livro (Jr 26; 28; 32; 35-43). Nabucodonosor cuidou dele depois da destruição de Jerusalém {Jr 39.11-12}. Foi forçado a ir para o Egito {Jr 43.6-7} e lá, em adiantada velhice, morreu.
Durante seu ministério Jeremias sofreu muito, vejamos as suas lamentações: – Eu sou aquele que sabe o que é sofrer os golpes da ira de Deus. Ele me levou para a escuridão e me fez andar por caminhos sem luz. Com a sua mão, me bateu muitas vezes, o dia inteiro. Deus fez envelhecer a minha carne e a minha pele e quebrou os meus ossos. Em volta de mim, ele construiu um muro de sofrimento e amargura. Ele me fez morar na escuridão, como se eu estivesse morto há muito tempo. Deus me amarrou com pesadas correntes; estou na prisão e não posso escapar. Grito pedindo socorro, mas ele não quer ouvir a minha oração. Não posso seguir em frente, pois, com grandes blocos de pedra, ele fechou o meu caminho. Ë preciso ler o seu livro de Lamentações para entender o seu sofrimento.
Certa vez Pasur, sacerdote e chefe dos serviços do Templo ao ouvir Jeremias entregar a Palavra de Deus mandou que ele fosse surrado e preso com correntes no Portão de Benjamim (Jeremias 20:1-2). Noutra vez esse mesmo Pasur junto com Sefatias disseram ao rei: – Este homem tem de morrer. Falando desse jeito, ele está tirando a coragem dos soldados que estão na cidade e desanimando todo o povo. Este homem não está procurando ajudar; o que ele quer é a desgraça de todos. Então eles pegaram a Jeremias e o puseram dentro do poço que havia no pátio da guarda e que era do príncipe Malquias, eles o desceram com cordas, não havia água no poço só lama; e ele atolou na lama. (Jeremias 38:1-10)
ISAIAS
O relato de sua convocação para profetizar é um dos mais extraordinários registrados no Antigo Testamento. Na ocasião, Isaías teve uma visão do trono de Deus, e contemplou serafins que proclamavam a santidade de Deus. Diante de tamanha glória, o profeta assumiu sua própria pecaminosidade. Ele se considerou impróprio para a função de profeta ao dizer: “sou um homem de lábios impuros” (Isaías 6:5). Mas um dos serafins tocou sua boca com uma brasa viva e lhe purificou. Depois disso, o profeta escutou a voz do Senhor que dizia: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós?”. O profeta então respondeu: “Eis me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8).
Com base em seus escritos, é possível perceber que o profeta Isaías foi um homem culto e muito capacitado. Ele tinha uma habilidade analítica notável e um senso poético apurado. Ele é considerado por muitos como o maior escritor hebreu.
Já na época dos pais da Igreja o profeta Isaías era conhecido como o “evangelista do Antigo Testamento”. Tal designação se dá pelo modo detalhado e completo com que ele descreveu a pessoa e obra do Messias.
A Bíblia declara que Isaias (Isaías 20:3) andou três anos nu e descalço, como ordem de Deus, por sinal e prodígio sobre o Egito e sobre a Etiópia.
Não se sabe com precisão quando e como foi a morte do profeta Isaías. O que se sabe é que a última menção ao seu ministério público ocorreu na época das campanhas de Senaqueribe, entre 701 a.C. e 686 a.C. Com base no relato descritivo de Isaías 37:38 sobre a morte de Senaqueribe, alguns estudiosos acreditam que ele ainda poderia estar vivo nessa ocasião, o que data o ano de 681 a.C. Outros, porém, sugerem que esse trecho do texto pode ter sido incluído por um seguidor de Isaías que resolveu documentar tal profecia que havia se cumprido. Seja como for, geralmente se assume que Isaías morreu durante o reinado do rei Manassés. Se for esse o caso, então o nome de Manassés não aparece na relação de reis em Isaías 1:1 porque talvez o profeta Isaías não desempenhasse mais nenhuma atividade pública nessa época. Uma antiga tradição afirma que o profeta Isaías sofreu martírio sendo serrado ao meio por ordem do próprio Manassés, mas não há muitas evidencias a esse respeito. Caso de fato tenha ocorrido isso com o profeta, então talvez o escritor do livro de Hebreus tenha mencionado seu martírio na galeria dos heróis da fé (Hebreus 11:37).
EZEQUIEL
Ezequiel estava entre os exilados de Babilônia, que haviam sido levados para lá, antes do cerco de Jerusalém, nos dias do rei Joaquim. Todavia, como o coração dos judeus que estavam em Babilônia, se encontrava em Jerusalém, pensando em retornarem para lá, o Senhor lhes mostrou o que sucederia àquela cidade, e qual era o motivo de tais juízos, conforme se verá nos capítulos seguintes, de maneira que não aspirassem mais retornar para aquilo que seria inteiramente destruído pelo Seu juízo, através do braço de Babilônia. Ele ficaria deitado sobre o seu lado esquerdo por 390 dias, simbolizando que estava levando sobre si a iniquidade da casa de Israel (Reino do Norte) que havia sido levado para o cativeiro pelos assírios desde 722 a. C. E depois deveria ficar deitado 40 dias sobre o seu lado direito, como que levando a iniquidade da casa de Judá (Reino do Sul), que viria a ser levado numa nova leva de cativos para Babilônia, e quando a cidade de Jerusalém e o templo, seriam destruídos e queimados, pelo rei de Babilônia, em 586.a.C. Esta ordem de Deus ao profeta tinha principalmente o propósito didático de revelar que os israelitas estariam em aperto, e perderiam a liberdade para dormirem em paz enquanto durassem as assolações da dominação estrangeira que estava determinada sobre eles, numa terra estranha.
A comida do profeta seria um pão simples feito de trigo, cevada, favas, lentilhas e milho, e durante os 390 dias em que estivesse deitado sobre o seu lado esquerdo (v. 9,10). Ele deveria também reduzir a medida de água que beberia diariamente (v. 11), para servir de sinal aos judeus sob o cerco de Babilônia que haveria escassez de água para eles. Além disso, Ezequiel deveria assar o seu pão sobre excremento humano, para representar que o pão que os israelitas comeriam espalhados entre as nações seria um pão imundo aos próprios olhos deles, tal como seria aos olhos do profeta. Como Ezequiel disse ao Senhor, que estava constrangido pelo seu próprio amor à lei, que proibia o comer coisas imundas, o Senhor lhe deu no lugar de excremento humano, excremento seco de boi, para que pudesse usá-lo como combustível para assar o seu pão (v. 18).
Tudo isto estava profetizado na Antiga Aliança como maldições que viriam da parte de Deus sobre o Seu povo, quando eles insistissem em transgredir os Seus mandamentos (veja Levítico 26).
PAULO
Nome romano de SAULO, APÓSTOLO dos GENTIOS, o maior vulto da Igreja primitiva {At 13.9}. Israelita da tribo de Benjamim {Fp 3.5} e FARISEU {At 23.6}, era cidadão romano por ter nascido em TARSO. Foi educado em Jerusalém aos pés de GAMALIEL {At 22.3; 26.4-5}. De perseguidor dos cristãos {At 8.3}, passou a ser pregador do evangelho, a partir de sua conversão {At 9}. De Damasco foi à Arábia {Gl 1.17}. Voltando para Damasco, teve de fugir {At 9.23-25}. Em Jerusalém os cristãos tinham receio dele {At 9.26-28}, mas Barnabé o levou aos apóstolos. Foi enviado a Tarso {At 9.30}, e dali Barnabé o levou a Antioquia da Síria {At 11.19-30}. Com vários companheiros Paulo realizou três viagens missionárias (At 13-20). Em Jerusalém enfrentou a fúria dos opositores, indo parar em Cesaréia {At 21.17-23.35}, onde compareceu perante Félix, Festo e Herodes Agripa II {At 24-26}. Tendo apelado para o Imperador, viajou para Roma, onde permaneceu preso durante 2 anos {At 27-28}; Ali escreveu Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon. Além disso escreveu mais nove cartas. Diz a tradição que foi libertado e realizou trabalhos missionários por mais 3 anos. Foi preso novamente e executado em Roma, provavelmente em 67 d.C., no tempo de NERO.
Paulo um homem que relata (II Coríntios 12) que de fato, aconteceu ou se ele teve uma visão; somente Deus sabe, que esse homem foi levado, de repente, ao paraíso e ali ele ouviu coisas que palavras humanas não conseguem contar. E, para que não se ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-lhe posto um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para o esbofetear, a fim de que não se exaltasse, e por causa disto, três vezes pediu ao Senhor que o afastasse dele. Apenas ouvindo de Deus a seguinte resposta: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.
O maior pregador e apostolo de todos os tempos fez o breve resumo da sua vida (II Corintios 11): São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; em açoites, mais do que eles; em prisões, muito mais; em perigo de morte, muitas vezes. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.
- Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um;
- Três vezes fui açoitado com varas,
- Uma vez fui apedrejado,
- Três vezes sofri naufrágio,
- Uma noite e um dia passei no abismo;
- Em viagens, muitas vezes;
- Em perigos de rios,
- Em perigos de salteadores,
- Em perigos dos da minha nação,
- Em perigos dos gentios,
- Em perigos na cidade,
- Em perigos no deserto,
- Em perigos no mar,
- Em perigos entre os falsos irmãos;
- Em trabalhos e fadiga,
- Em vigílias, muitas vezes,
- Em fome e sede, em jejum, muitas vezes,
- Em frio e nudez.
- Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas.
- Em Damasco, o que governava sob o rei Aretas pôs guardas às portas da cidade dos damascenos, para me prenderem, e fui descido num cesto por uma janela da muralha; e assim escapei das suas mãos.
Hebreus 12:1-3
Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.