Temos visto muitos ditos “cristãos” flertando com o pecado, evocando a si mesmos desculpas e evasivas para uma vida impura fora dos padrões estabelecidos por Deus. Muitos encontram para si pseudos teólogos, conhecedores do tal grego e hebraico, de uma pseudo-exegese que na realidade difundem o outro jesus, outro evangelho e outro espírito. Paulo alertou para esse tempo, que já chegou, em que as pessoas têm um teólogo para chamar de seu, conforme o gosto diversificado do cliente: “Pois virá o tempo em que as pessoas já não escutarão o ensino verdadeiro. Seguirão os próprios desejos e buscarão mestres que lhes digam apenas aquilo que agrada seus ouvidos. Rejeitarão a verdade e correrão atrás de mitos”. (II Tm 4:3-4).
Parte dessa culpa é de uma igreja decadente, que não pode continuar a existir sem reavivamento. Se ela receber novos membros, eles serão na sua maioria ímpios. Sem reavivamento, os pecadores tornar-se-ão cada vez mais insensíveis, apesar das pregações. O fato é que os cristãos são mais culpados por não serem reavivados, do que são os pecadores por não se converterem. Quando a igreja encontrar seus membros caindo em pecados escandalosos e indecentes, é tempo de despertar e clamar a Deus por um reavivamento. Nestas igrejas o pecado deixa de ser pecado, as mentes ficam cauterizadas pelo poder destrutivo de satanás e o pecado passa a ser permitido e praticado como sendo verdade. Se não atacar o pecado afundo, logo o “crente” estará todo “bichado” e em muitos casos até irremediavelmente.
Pecado não se discute, não se analisa, não se afaga, não se arranja desculpas, não se encobre, não se classifica por perversão, se abandona antes que provoque morte! Sejamos misericordiosos uns com os outros. Mas sejamos inimigos do pecado! Ao invés de sermos complacentes ou indulgentes com o pecado, com alegações ao estilo “quem não tem pecado”, por que não o abandonamos? É sempre relembrar que o castigo do pecado é a morte física, espiritual e eterna {Rm 6.23}. O pecado deve ser francamente enfrentado, confessado e abandonado, ter rendição completa diante do Senhor, assim o Espírito Santo poderá agir sem nenhum embaraço.
O fato de sermos pecadores, em nossa essência humana (condição), afinal o pecado atinge toda a raça humana, a partir de Adão e Eva {Gn 3; Rm 5.12}, não nos dá o direito de vivermos em pecado ou de aceitarmos o pecado como algo inerente e normal em nossa vida. Pecado na vida de alguém que foi salvo, nascido de novo, redimido pelo sangue do Cordeiro (posição) é um acidente de percurso e por causa da grande misericórdia de Deus somos perdoados. Todos pecaram e separados estão da gloria de Deus (Rm 3:23), mas Pedro declarou (At 2:38) “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”. E João também declarou (1 Jo 3:6,8; 5:18) que “qualquer que permanece nele não peca; qualquer que peca não o viu nem o conheceu. Quem comete o pecado é do diabo, porque o diabo peca desde o princípio. Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo. Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca”. Continuar a viver em pecado é indicio de incredulidade e o pecado sem perdão é a incredulidade {Mt 12.31-32}.
Ora só Deus é poderoso para nos proporcionar um coração contrito e quebrantado, bem como a tristeza que resulta em confissão e abandono do pecado.
Antes de continuarmos, devemos estabelecer a definição bíblica de pecado para entendermos bem do que se trata, assim saberemos lidar com esse agente transmissor de morte eterna:
Falta de conformidade com a lei de Deus, em estado, disposição ou conduta.
Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos, tais como: – Pecado {Sl 51.2; Rm 6.2}, – Desobediência {Hb 2.2}, – Transgressão {Sl 51.1; Hb 2.2}, – Iniquidade {Sl 51.2; Mt 7.23}, – Mal, maldade, malignidade {Pv 17.11; Rm 1.29}, – Perversidade {Pv 6.14; At 3.26}, – Rebelião, rebeldia {1Sm 15.23; Jr 14.7}, – Engano {Sf 1.9; 2Ts 2.10}, – Injustiça {Jr 22.13; Rm 1.18}, – Erro, falta {Sl 19.12; Rm 1.27}, – Impiedade {Pv 8.7; Rm 1.18}, – Concupiscência {Is 57.5; 1Jo 2.16}, – Depravidade, depravação {Ez 16.27,43,58}.
Paulo cita os frutos dessa arvore maligna chamada pecado: apetite desordenado (glutonarias), vil concupiscência, avareza que é idolatria; ira, cólera, malícia, maledicência, palavras torpes, mentira, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, e coisas semelhantes a estas. (Galatas 5:19-21; Colossenses 3:5-10)
Pecado é transgredir a vontade de Deus! Salvação é um ato e a vida cristã uma caminhada! Da morte espiritual e eterna escapam aqueles que se chegam a Cristo, o Salvador {Rm 3.21-8.39}. A esse processo de escape se dá o nome de Salvação, Redenção ou Remissão. Vejamos também a sua definição para entendermos bem esse processo e como é o funcionamento em nossa vida:
SALVAÇÃO
Ato pelo qual Deus livra a pessoa de situações de perigo {Is 26.1}, opressão {Lm 3.26; Ml 4.2}, sofrimento {2Co 1.6}, etc.
Ato e processo pelo qual Deus livra a pessoa da culpa e do poder do pecado e a introduz numa vida nova, cheia de bênçãos espirituais, por meio de Cristo Jesus {Lc 19.9-10; Ef 1.3,13}. A salvação deve ser desenvolvida pelo crente {Fp 2.12}, até que seja completada no fim dos tempos {Rm 13.11; 1Pe 1.5; 2.2}. V. REDENÇÃO, SALVADOR e VIDA ETERNA.
REDENÇÃO
Libertação {Sl 111.9}.
No AT, Deus, o REDENTOR, liberta o povo de situações de cativeiro {Is 43.14}, sofrimentos {Jr 14.8}, morte {Jó 19.25}, pecado {Is 44.22; 59.20}.
No NT, Deus, por meio do pagamento de um preço, isto é, a morte de Cristo na cruz, compra para uma vida de nova liberdade a pessoa que era escrava do pecado e da LEI (2) {Mc 10.45; Rm 3.24; Gl 4.5; Ef 1.7}. Essa redenção será completada no final dos tempos {Rm 8.21-23}. V. REMIR, REMISSÃO, SALVAÇÃO e VIDA ETERNA.
REMIR
Libertar mediante o pagamento de um preço {Is 43.1; Tt 2.14};
Aproveitar {Ef 5.16}.
REMISSÃO
Ato de REMITIR dívida {Dt 15.1} ou pecados {Mt 26.28}.
VIDA ETERNA
Vida que não tem fim, revestida de qualidades espirituais {Rm 2.7} e de bênçãos aqui e no além {Jo 3.16; 4.14; 10.28; Tt 3.7}. Começa com o NOVO NASCIMENTO e é mantida pela união do salvo com Cristo {Jo 3.36; 17.3}. V. REDENÇÃO e SALVAÇÃO.
NASCIMENTO NOVO
Mudança operada pelo Espírito Santo no coração de uma pessoa que, levada à fé salvadora, abandona o pecado e passa a viver uma nova vida voltada para Deus e para o próximo {Jo 3.3-7; 1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.1,4,18}. V. CONVERSÃO.
CONVERSÃO
Mudança de vida operada por Deus {At 15.3}. Essa mudança tem dois aspectos. O primeiro, relacionado com o pecado, chama-se ARREPENDIMENTO. O segundo, relacionado com Cristo, é a FÉ (2).
ARREPENDIMENTO
Decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa {Mt 3.2-8; 2Co 7.9-10; 2Pe 3.9}. O complemento do arrependimento é a FÉ (2). E os dois juntos constituem a CONVERSÃO. V. REMORSO.
Vamos também definir o que é SANTIDADE: (Pureza Moral)
Atributo de Deus (Pai, Filho e Espírito) pelo qual ele é moralmente puro e perfeito, separado e acima do que é mau e imperfeito {Êx 15.11; Sl 29.2; Hb 12.10}.
Qualidade do membro do povo de Deus que o leva a se separar dos pagãos, a não seguir os maus costumes deste mundo, a pertencer somente a Deus e a ser completamente fiel a ele {1Ts 3.13}.
No AT, separação de coisas ou pessoas para Deus e para o culto. Eram santos os sacerdotes {Lv 21.6-8}, os NAZIREUS {Nm 6.5-8}, Canaã {Zc 2.12}, Jerusalém {Is 52.1}, o Templo {Sl 11.4}, os altares, o óleo e os utensílios do culto {Êx 30.25-29}, os sacrifícios {Êx 28.38}, etc.
Sobre o tema Santidade, recomendo a leitura do texto “Santidade começa com arrependimento verdadeiro e sincero” que publiquei em 2004 no Portal Andando na Graça.
Temos elementos suficientes para combater o pecado em nossas vidas e pararmos com todas as desculpas e evasivas que pudermos encontrar. O autor ao Hebreus nos faz um alerta importante, o qual devemos nos prestar muita atenção: Hebreus 2:1-4
Portanto, convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos desviemos delas.
Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram; testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas, e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?