Estando nós ainda mortos em nossas ofensas e pecados, por Sua infinita graça e misericórdia, Deus, através do Espirito Santo, nos concedeu a capacidade de ouvir a Palavra de Deus. Essa Palavra de Deus que é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, penetrou até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, discernindo os pensamentos e propósitos do coração (Hebreus 4:12), provocando convencimento da justiça e do juízo (João 16:6).
Nesse momento percebemos nossa condição real e a de toda a humanidade:
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Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Romanos 3:23)
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O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor (Romanos 6:23).
Porém essa Palavra provocou o convencimento do pecado, a aflição por ter ofendido o Senhor dos Senhores, gerando a necessidade do arrependimento no coração – Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento? (Romanos 2:4)
Arrependimento – Decisão de mudança total de atitude e de vida, em que a pessoa, por ação divina, é levada a reconhecer o seu pecado e a sentir tristeza por ele, decidindo-se a abandoná-lo, baseando sua confiança em Deus, que perdoa (Mateus 3:2-8; 2ª Coríntios 7:9-10; 2ª Pedro 3:9). O complemento do arrependimento é a FÉ. E os dois juntos constituem a conversão. Ocorre a metanoia – mudança de mente (de um propósito que se tinha ou de algo que se fez)
Essa mudança de pensamento abriu caminho para a cruz. O nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado (Romanos 6:6). Gerou fé no coração para nos levar a cruz para deixar cravado lá o nosso velho homem e à sepultura para vencer a morte, sendo ressuscitado juntamente com Ele para uma nova vida.
Quando edificamos o fundamento da cruz, nossa vida foi plenamente substituída pela vida de Cristo. O homem natural, crucificado, foi aniquilado, levado a morte profunda e irreversível. Este processo nos levou a substituição do “eu” por um homem totalmente novo criado à imagem de Cristo.
Nesse momento ocorreu a regeneração ou novo nascimento. Nascer de novo é a mudança operada pelo Espírito Santo no coração de uma pessoa que, levada à fé salvadora, abandona o pecado e passa a viver uma nova vida voltada para Deus e para o próximo (1ª João 2:29, 3:9, 4:7, 5:1,4,18). O novo nascimento é fruto da riquíssima misericórdia de Deus, e de Seu incalculável amor, e toda essa obra da salvação é para o louvor da Sua glória (Efésios 1:6,12,14).
“Nascer do alto” (João 3:3), isto é:
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Ser nascido de Deus (João 1:13),
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Ser gerado de Deus (1ª Pedro 1:3),
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Ser vivificado por Ele (Efésios 2:1-5),
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Ser de novo gerado da semente incorruptível por Sua Palavra (1ª Pedro 1:23).
Quais os efeitos do novo nascimento? Resumidamente os principais efeitos da regeneração, o que ocorre ao homem ao nascer de novo:
1) O homem deixou de estar morto espiritualmente, preso em seus delitos e pecados e por natureza filho da ira. Tendo sido vivificado, ele passou a crer que Jesus Cristo é o seu Salvador, arrependeu de seus pecados, foi declarado justo por Deus pelos méritos de Cristo e é adotado na família de Deus. Isso significa basicamente que ele sai da sepultura para se assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Efésios 2:6).
2) O homem é capacitado a se submeter à vontade de Deus e viver uma vida que O agrade. Ele passa a aceitar e compreender a mensagem do Evangelho, pois tem agora a mente de Cristo e consegue discernir o que antes era loucura para ele (1ª Coríntios 2:14-16). Assim, ele não está mais entre aqueles que amam mais as trevas do que a luz (João 3:19,20).
3) O homem fica livre da culpa e do domínio do pecado. Isso significa que ele não é mais escravo do pecado, mas escravo de Deus. O resultado disso, é que em vez de ele receber o merecido salário do pecado que é a morte, ele recebe o imerecido presente da vida eterna (Romanos 6:17-23).
4) O homem desfruta de uma viva esperança, tornando-se herdeiro em Cristo Jesus de uma herança incorruptível guardada nos céus (1ª Pedro 1:3,4). O regenerado possui o Espírito Santo como o selo, o penhor, a garantia da glorificação que ocorrerá no dia vindouro, onde estará por toda a eternidade junto de Deus.
5) O homem nunca mais será o mesmo. Aquele que foi verdadeiramente regenerado pelo Espírito Santo, feito ovelha do Bom Pastor, repousa no conforto das palavras do Mestre: “E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão” (João 10:28). Isso jamais implica comodismo, ao contrário, reflete a mais elevada devoção através da santificação, um processo que dura toda sua vida. Dessa forma, ao invés das obras da carne, ele demonstra em sua vida as evidências do fruto do Espírito. Ele agora é cidadão do céu, e tem uma vida condizente com a sua nova natureza.
Aquele que é regenerado é descrito na Bíblia como sendo misericordioso, manso, pacificador, pobre de espírito, limpo de coração e tem fome de justiça. Logo, somente com o novo nascimento, somente sendo regenerado, o homem, que por natureza é filho da ira, pode ser transformado em cidadão dos céus, feito filho de Deus por meio de Jesus Cristo.
Resultado práticos e possíveis:
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O pecado não terá domínio sobre nós (Romanos 6:11-14);
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Não teremos nenhuma condenação sobre nós (Romanos 8:1);
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Estaremos livres para manifestar a vida, o poder de Cristo (2ª Coríntios 4:11);
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Falaremos e agiremos em demonstração de Espírito e poder (1ª Coríntios 2:1-5);
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Viveremos para a justiça de Deus (1ª Pedro 2:24);
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Nossas orações terminarão em “terremotos” (Atos 4:31).